14º Congresso Sinduscon-MG de Materiais, Tecnologia e Sustentabilidade na Construção debate eficiência em projetos e edificações

06/07/2015

 

Apesar de estar em vigor há dois anos, a Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575 ainda impõe desafios à gestão de obras e negócios das empresas do setor da Construção Civil. Por isso, a 14ª edição do Congresso Sinduscon-MG de Materiais, Tecnologia e Sustentabilidade na Construção colocou em pauta as novas tecnologias que incorporam sustentabilidade e desempenho aos processos e às edificações. O evento reuniu cerca de 140 profissionais e especialistas da área de engenharia e foi realizado nos dias 24 e 25 de junho, no Expominas, dentro da programação do Minascon/Construir Minas 2015.

Na abertura dos trabalhos, o presidente do Sinduscon-MG, Luiz Fernando Pires, destacou a importância de se investir em inovação para aumentar a produtividade e aumentar a competitividade das empresas. Já o presidente da CIC/Fiemg, Teodomiro Diniz Camargos, assegurou que o Congresso é um dos eventos técnicos mais importantes em Minas Gerais. Em seguida, o vice-presidente da Área de Materiais, Tecnologia e Meio Ambiente do Sinduscon-MG, Geraldo Jardim Linhares Júnior, afirmou que a principal função e objetivo foi promover mais uma vez a troca de experiências e conhecimento entre os profissionais do setor.

SINDUSCON

Desempenho e sustentabilidade

Rogério Suzuki, da RS Consultoria, Maria Vitória Ferrari, da UnB, Antônio Cardoso e da AC&D Consultoria em Alumínio, debateram desempenho e sustentabilidade com a moderação do diretor da Área de Materiais e Tecnologia do Sinduscon-MG, Cantídio Alvim Drumond (Bruno Carvalho/Sinduscon-MG)No primeiro dia, a palestra inicial foi proferida pelo projetista de esquadrias da AC&D Consultoria de Alumínio, Antônio Cardoso. O especialista apresentou dados do mercado e mostrou que o conforto acústico deve compreender toda a estrutura da janela. Cardoso frisou que soluções em vedação reduzem a necessidade de se utilizar vidros mais espessos para atender os requisitos da Norma de Desempenho.

A segunda apresentação foi de Rogério Suzuki, da RS Consultoria, que mostrou as vantagens da utilização da Modelagem de Informação da Construção (BIM, na sigla em inglês) na Construção Civil. Um dos benefícios do software é poder estimar o desempenho acústico, térmico e demandas de manutenção de um edifício ainda na fase de projeto.

Já a plataforma web ERA (Energia, Resíduos e Água), desenvolvida pela Universidade de Brasília (UnB), foi apresentada por Maria Vitória Ferrari, possibilita que empresas possam avaliar o desempenho ambiental de suas obras em todas as fases e definir metas estratégias e metas para certificações, como a do PBQP-H. Em seguida, o público teve a oportunidade de debater com os três palestrantes acerca dos temas apresentados e das possibilidades práticas de cada tecnologia.

A apresentação que encerrou o primeiro dia de trabalho foi da arquiteta da Portobello Revestimentos Cerâmicos, Caroline Werner, que explicou a necessidade da descrição e especificação completa por parte dos projetistas ao setor de compras das empresas. Isso porque, determinados revestimentos cerâmicos podem ter características adequadas a uma área de aplicação e ser inadequados a outro ambiente semelhante. A especialista também apresentou uma plataforma web da Portobello que auxilia na compra do material correto.

Nova ND-5.2 da Cemig

Vice-Presidente da Área de Materiais, Tecnologia e Meio Ambiente, Geraldo Júnior, conduz o debate com Washington de Oliveira, da Gerência de Engenharia de Ativos de Cemig (Bruno Carvalho/Sinduscon-MG)No segundo dia, o gerente de Engenharia de Ativos de Cemig, Washington Pereira de Oliveira, forneceu detalhes da nova versão da Norma de Distribuição 5.2 que deverá ser publicada em breve pela concessionária de energia. Item importante é que a nova ND-5.2 irá possibilitar que as medições sejam colocadas em cada andar em edificações acima de 36 medições. Contudo, é preciso ter uma infraestrutura para automação da medição e que se tenha condomínio constituído legalmente como pessoa jurídica. O objetivo é reduzir o furto de energia.

No debate realizado com o representante da Cemig, foi relatado o atraso na concessão de alvarás em logradouro público para redes de energia por parte da Prefeitura de Belo Horizonte e o vice-presidente do Sinduscon-MG, Geraldo Júnior, se comprometeu a tratar o assunto junto ao executivo municipal. O dirigente também ressaltou que as empresas devem fazer as consultas sobre a disponibilidade de rede elétrica à Cemig ainda na fase de projeto para evitar atrasos na entrega dos empreendimentos.

Copasa detalham procedimentos

Rômulo Perilli, da Diretoria de Operação Metropolitana da Copasa explica as novas diretrizes da companhia (Bruno Carvalho/Sinduscon-MG)A Copasa também esteve presente nos debates do 14º Congresso Sinduscon-MG de Materiais, Tecnologia e Sustentabilidade na Construção por meio do diretor de Operação Metropolitana, Rômulo Perilli. Ele abordou os aspectos da crise hídrica na Região Metropolitana de Belo Horizonte e avisou quem em agosto o sistema Paraopeba será fechado 24 horas por semana, provocando um racionamento de água.

Na ocasião, Geraldo Júnior destacou a recente abertura da concessionária para discussões, mas cobrou uma padronização das exigências entre os distritos da empresa. Inclusive, lembrou que uma cartilha produzida pela própria Copasa há quatro anos não está sendo seguida pelos seus funcionários.

Meio ambiente/PBH

Pedro Franzoni, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente da PBH, Geraldo Júnior, do Sinduscon-MG, e Otávio Luiz do Nascimento, da Consultare (Néllie Branco/Sinduscon-MG)Retomando os trabalhos na parte da tarde, Pedro Franzoni, da Gerência de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos de Impacto da Secretaria Municipal de Meio Ambiente da PBH, abordou os aspectos que regem a concepção de licenças ambientais e os estudos de impacto demandados aos empreendimentos. Neste item, Pedro lembrou que quem tem licenciamento ambiental não precisa fazer o licenciamento urbanístico e comentou sobre as ações da secretaria e da PBH para que Belo Horizonte se torne referência em sustentabilidade – o grande desafio do setor público é o gerenciamento dos resíduos.

Em sua explanação, Franzoni ressaltou os planos de controle existentes, compostos por: Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – PGRCC; Projeto de Movimentação de Terra; Plano de Mobilização e Comunicação Social; Plano de controle de emissão de material particulado e o Plano de monitoramento de ruídos.

NBR 15575

Para apresentar os resultados de ensaios do Desempenho de Edificações em Minas Gerais foi convidado Otávio Luiz do Nascimento, da Consultare. Ele enfatizou aos presentes a importância dos registros dos ensaios realizados, ressaltando a necessidade de se citar nos documento de compra e venda o atendimento à Norma NBR 15575 e de registrar em cartório o ensaio da avaliação acústica de entorno. Otávio lembrou que se deve estar atento a contratar projetos que atendam à Norma, bem como qualificar e comprovar no processo construtivo às exigências da NBR. Por fim, mostrou vários ensaios realizados e o desempenho acústicos de alguns materiais (confira na apresentação disponibilizada para download).

Caixa Econômica Federal – Requisitos técnicos

Jader da Cunha Filho, da Gerência de Habitação de BH da Caixa Econômica Federal, Geraldo Júnior, do Sinduscon-MG, e Custódio Antônio de Mattos, da SLU-BH, durante debate (Néllie Branco/Sinduscon-MG)Em seguida o palestrante Jáder da Cunha Filho, Caixa Econômica Federal, comentou sobre os requisitos técnicos para financiamento de empreendimentos e apresentou as fases da análise técnica de arquitetura e engenharia, o checklist de documentação técnica, as condições da área de intervenção e entorno, as principais exigências de projetos e especificações definidas pelos programas, critérios de acessibilidade, entre outros.

SLU – Resíduos de construção

Fechando os debates do segundo dia do Congresso, Custódio Antônio de Matos, da Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte, comentou sobre o tratamento, transbordo e disposição final dos resíduos sólidos e sobre os resíduos da construção civil, mais especificamente. Custódio informou sobre o projeto “Sistema Informatizado de Monitoramento e Controle de Resíduos de Construção Civil e Volumosos”, que vai possibilitar rastreamento dos resíduos da construção civil, a simplificação dos processos de elaboração, apresentação e análise dos Planos de Gerenciamento de RCC, a fiscalização eletrônica e o controle em tempo real dos resíduos de construção civil produzidos no Munícipio.

 

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