O Brasil, assim como já vem acontecendo nos últimos anos, se destaca mundialmente nas questões relacionadas às construções sustentáveis. De acordo com o Green Building Council Brasil, o Brasil já o segundo país com o maior número de edificações esportivas com certificação LEED no mundo. O posto foi alcançado recentemente, quando o país certificou o Estádio Olímpico (do Grêmio) e o Centro de Desenvolvimento Esportivo, em Osasco/SP, que se juntaram a outros nove centros esportivos espalhados pelo país, sendo seis estádios utilizados na Copa do Mundo 2014.
Entre os estádios que receberam a certificação está o Maracanã, no Rio de Janeiro/RJ, que recebeu o LEED Prata. Além de ter abrigado a final do mundial de futebol, o “maior do mundo”, como é popularmente conhecido, servirá como espaço esportivo para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, e sediará, sobretudo, as cerimônias de abertura e encerramento.
Os outros estádios que já receberam a certificação LEED, e sediaram os jogos da Copa do Mundo 2014 são a Arena Castelão, em Fortaleza (LEED Certificado), a Arena Fonte Nova, em Salvador (LEED Prata), o Mineirão, em Belo Horizonte, segunda arena esportiva a receber o selo LEED Plantinum no mundo (LEED Platinum), a Arena da Amazônia, em Manaus (LEED Certificado) e a Arena Itaipava Pernambuco, em Recife (LEED Prata).
Para conquistar o posto, a iniciativa, coordenada pela Câmara de Sustentabilidade da Copa de 2014, possibilitou linhas de financiamento, coordenou câmaras temáticas de 12 Estados, diferentes equipes de projeto e envolvimento da iniciativa privada.
Cada estádio incorporou vários recursos sustentáveis que contribuíram para a sua certificação LEED. Por exemplo:
Arena Castelão
- Redução de 67,6% no consumo potável, redução de 12,7% no consumo anual de energia, 97% dos resíduos do projeto foram desviados do aterro sanitário, 100% das tintas, selantes e colas com baixo teor de compostos orgânicos voláteis, 97,44% das estações de trabalho e 100% dos espaços compartilhados possuem controle de iluminação.
Arena Fonte Nova
- 20% dos materiais de construção feitos de material reciclado, 75% dos resíduos do projeto de construção desviados do aterro sanitário e 35% de sua energia proveniente de fontes renováveis como solar e eólica.
Arena Pernambuco
- Utilizou Aço com 87% de matéria prima reciclada e cimento com 30% de matéria prima reciclada, 17% da energia é gerada por painéis fotovoltaicos reduzindo 142,81 tCO2 por ano.
Maracanã
- Reduzirá 23% do custo operacional do consumo com energia, 71,14% de redução do consumo de água potável e 100% de redução de água potável na irrigação, 9% da energia está sendo gerada por painéis fotovoltaicos, amplo acesso a transporte público (trens de superfície e mais de 60 linhas de ônibus).
Mineirão
O estádio do Mineirão merece um destaque especial, obteve a certificação máxima do LEED, conquistou 81 dos 110 pontos possíveis. Apenas o estádio do Mineirão e o estádio Texas Apogee (localizado no campus da University of North Texas) conseguiram este nível de certificação.
- Em parceria com a CEMIG, o estádio conta com uma usina de produção de energia renovável com capacidade de 1,42 MWp, são cerca de 6.000 módulos fotovoltaicos.
- Mais de 90% dos resíduos de obra foram reutilizados ou recicláveis; mais de 50.000 cadeiras do antigo Mineirão foram doadas para ginásios e estádios do interior; toda sucata metálica foi destinada para usinas recicladoras;
- Sistema com reaproveitamento de água por meio de caixas de decantação e bombas para lava rodas, para limpeza dos caminhões na saída da obra para evitar sujeira no entorno. Sistema gerou uma economia média de 18.000 litros por dia;
- Reservatório com capacidade de armazenamento de mais de 5 milhões de litros de água de chuva para reaproveitamento para encher bacias, mictórios e irrigar o campo por até 3 meses de estiagem.
Fonte: Obra24horas Soluções Web para Engenharia