02/12/2015
Com pouco dinheiro circulando no mercado, chegou a vez de o consumidor que quer comprar um imóvel – em especial, se ele puder comprar à vista ou dar uma boa entrada, já que os financiamentos estão mais difíceis. “Os bancos estão mais criteriosos na hora de conceder um financiamento. Até o início deste ano, era possível financiar até 90% do valor do imóvel. Hoje financia-se, no máximo, 50%.
Com mais oferta no mercado e o dinheiro curto, a tendência é de recuo nos preços. A retração foi verificada por uma pesquisa divulgada na última semana pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). No período de novembro de 2014 a outubro de 2015, a queda foi de 7% no país. Já é a décima vez consecutiva que a variação do índice foi inferior à inflação na mesma base de comparação.
No acumulado do ano, os preços dos imóveis pelo índice FipeZap – que acompanha os valores em 20 cidades – subiram 2,16%, enquanto a inflação projetada para o período, de acordo com o IPCA, é de 9,89%. O indicador registrou queda de preço em oito das 20 cidades pesquisadas: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Florianópolis, Niterói e Contagem.
Para a diretora da Céu-Lar, o levantamento da Fipe condiz com o que está acontecendo no mercado. “Mas não quer dizer que todos os imóveis caíram de preço. Há casos e casos, depende do tipo de imóvel. Não dá para generalizar. Agora, o fato é que os imóveis não subiram”, observa.
Na imobiliária, o recuo está na casa dos 5%. Só que há casos extremos, com queda de até 20% no preço de imóveis à venda. “Teve um de luxo, uma casa, que passou de R$ 5,8 milhões para R$ 4,8 milhões”, conta.
Acabou o boom. Para ela, diante do atual cenário econômico e político, é um bom momento para quem deseja alugar e comprar. “Os imóveis que mais tiveram redução de preço foram os que estavam mais caros, fruto do boom vivido pelo setor. É uma gordura que pode ser queimada”, diz.
O valor médio dos novos contratos de aluguel na cidade de São Paulo teve queda de 1,4% em 12 meses terminados em outubro. O valor fica bem abaixo da inflação medida pelo IGP-M, que foi de 10,1%. Quando se consideram os ajustes mensais, no entanto, houve alta de 0,5% em outubro, quebrando uma série de quatro meses de ajustes negativos, segundo o Secovi-SP. Em Belo Horizonte, o índice referente aos preços médios mensais dos aluguéis residenciais teve alta de 0,16% em outubro, enquanto que a inflação na capital mineira teve elevação de 0,93%. Os dados são da Fundação Ipead.
Apartamentos
Abaixo da inflação. Em Belo Horizonte, a alta do preço médio de apartamentos foi de 0,29% em setembro em relação a agosto, bem menor que a inflação (0,52%), segundo a Fundação Ipead.
Promessa de desconto na compra e no aluguel
Com o objetivo de vender, as empresas do mercado imobiliário vem promovendo descontos, feirões e já aderiram ao Black Friday. E o caso da Lar Imóveis, que oferece descontos de 90% no primeiro mês de aluguel, e até 30% de desconto na compra de um imóvel, de acordo com o estoque disponível.
O presidente da imobiliária, Luiz Antônio Rodrigues, ressalta que a data está se tornando um grande marco comercial no calendário brasileiro e que, dessa forma, a empresa não poderia ficar de fora. A campanha começou no último dia 12 e vai até 12 de dezembro. Rodrigues frisa que a Lar Imóveis negociou com construtoras e investidores para conseguir cada desconto, e que tem imóveis disponíveis em todas as regiões de Belo Horizonte.