24/07/2015
O Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m² - projeto-padrão R8N) registrou alta de 0,14% em junho, em relação ao mês anterior. Essa variação foi justificada pelo incremento de 0,31% no custo com material de construção. Todos os demais componentes do referido indicador (mão de obra, despesa administrativa e aluguel de equipamento) apresentaram estabilidade.
Com este resultado, o custo do metro quadrado de construção em Belo Horizonte, para o projeto-padrão R8-N (residência multifamiliar, padrão normal, com garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e três quartos) que em maio era R$1.163,06 passou para R$1.164,64 em junho. O CUB/m² é um importante indicador de custos do setor e acompanha a evolução do preço de material de construção, mão de obra, despesa administrativa e aluguel de equipamento. É calculado e divulgado mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), de acordo com a Lei 4.591/64 e com a Norma Técnica NBR 12721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Em junho os materiais que apresentaram elevações em seus preços foram: telha fibrocimento ondulada 6mm (+3,55%), porta interna semi oca para pintura (+2,96%), vidro liso transparente 4mm colocado com massa (+2,13%), placa de gesso liso (+1,33%), tubo de PVC-R rígido reforçado para esgoto 150mm (+1,26%), aço CA 50 – 10mm (+0,90%), disjuntor tripolar 70 A (+0,73%) e tinta látex PVA (+0,56%).
Resultado acumulado no primeiro semestre de 2015: Nos primeiros seis meses de 2015 o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) registrou alta de 4,62%. Esse resultado refletiu aumentos nos seguintes custos: 2,18% no material de construção, 6,74% na mão de obra e 4,43% na despesa administrativa. O aluguel de equipamento registrou estabilidade no período. Como se observa, a maior pressão para o alta do CUB/m² foi no item mão de obra, que representa a maior parcela do custo da construção (52,85%). O coordenador sindical do Sinduscon-MG, economista Daniel Furletti destaca: “Em janeiro o custo com a mão de obra cresceu 6,74% refletindo o aumento estabelecido pela Convenção Coletiva de Trabalho e, por este motivo, observamos neste período uma alta maior neste custo”.
No primeiro semestre do ano as maiores altas de preços foram observadas nos seguintes materiais: porta interna semi oca para pintura (+14,47%), tinta látex PVA (+10,64%), bloco cerâmico para alvenaria de vedação (+8,33%), emulsão asfáltica impermeabilizante (+7,94%) e telha fibrocimento ondulada (+7,18%).
O coordenador do Sinduscon-MG destaca: “Apesar do aumento mais acelerado em alguns itens, eles estão acontecendo de forma mais pontual, e não generalizada. A instabilidade política e econômica está provocando a desaceleração das atividades do setor e, portanto, não existe espaço para o aumento de custos. Sempre é bom destacar que o ritmo atual das atividades da Construção Civil reflete o ambiente de desajuste da economia nacional, que tem comprometido os investimentos públicos e privados. O cenário caracterizado pelos juros altos, pela inflação persistente e superior ao teto da meta, pelo enfraquecimento do mercado de trabalho e pelo baixo nível de confiança de empresários e consumidores posterga os investimentos tão necessários ao desenvolvimento, refletindo diretamente nas atividades do setor”.
Acumulado nos últimos 12 meses (julho/14-junho/15): Nos últimos doze meses encerrados em junho/15, o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) registrou alta de 5,24%. Esse resultado refletiu aumentos nos seguintes custos: 3,51% no material de construção, 6,74% na mão de obra, 4,43% na despesa administrativa e 9,18% no aluguel de equipamento. Neste período, os materiais que apresentaram maiores elevações em seus preços foram: tubo de PVC-R rígido reforçado para esgoto 150mm (+17,56%), tinta látex PVA (+14,56%), porta interna semi oca para pintura (+14,47%), emulsão asfáltica impermeabilizante (+11,34%) e bacia sanitária branca com caixa acoplada (+10,75%).
Resultado do CUB/m² desonerado
O CUB/m² desonerado também aumentou 0,14% em junho/15, acumulando alta de 4,47% nos primeiros seis meses de 2015 e 5,12% nos últimos 12 meses (julho/14-junho/15). A metodologia de cálculo entre o CUB/m² e o CUB/m² desonerado é a mesma, ou seja, ambos seguem as determinações da Lei 4.591/64 e da ABNT NBR 12.721:2006. A diferença encontra-se no percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. No CUB/m² que não considera a desoneração da mão de obra, os encargos previdenciários e trabalhistas (incluindo os benefícios da Convenção Coletiva de Trabalho) totalizam 185,78%. Já no CUB/m² desonerado, os encargos previdenciários e trabalhistas (também incluindo os benefícios da Convenção Coletiva) somam 152,08%.